
Subi as escadas da minha casa rebolando com um palmo de saia e mascando um chicléts.Nem percebi a sua presença insignificante.
- Aonde vc vai com esta roupinha ridícula e com essa cara leviana?
- Vou ter uma conversinha com a sua noiva.O nome dela é Sandra, né? Sandrão para os íntimos.Sei.TÔ sabendo!
- O que vc vai falar com ela? Tá louca?
- Vou fazer mais amizade.Afinal de contas temos muitas coisas em comum.
- Ela não presta, sabia? Se eu te pegar com ela...
- O que acontece, machão? Ela é uma piranhuda e eu quero aprender a ser do mesmo jeito.Não é assim que vc gosta, então.
Nisso me deu um tapa na boca e corri pro colo da minha mãe que pendurava a roupa no varal.
- O que aconteceu, Fábio? Porque ela tá chorando?
- Segura esta menina, dona Maria.Ela me tira do sério.Se eu souber...
Eu abraçava a minha mãe só mexendo a boquinha pra ele ver:
- Vou fumar maconha com ela.
E ele tentava me dar cascudo enquanto minha mãe punha ele pra correr.
- Sai daqui, Fabioooo.Vou contar pro seu pai.
-Ele é louco, manhê.É louco! - e mexia os lábios, rindo.
- VOU.AH, se vou!
O olho dele virou uma luneta.
- Eu te mato, Silmara.
Mostrei um palmo de língua e bati a porta na cara dele.
Nenhum comentário:
Postar um comentário