
" Saco, agora ele nem olha na minha cara.Passou por mim duas vezes e não disse A.Tem um carinha aqui na rua chamado Paulo, ele tem uns vinte anos, é todo sério e ontem me entregou um bilhete estranho.Quando comecei a ler, virou as costas e saiu andando.Estava escrito que eu era ainda muito criança, mas que estava apaixonado por mim e que iria me esperar o tempo que precisasse.Haaaaaa? Deus coloca os trouxas nos momentos certos.Esse seria o meu "namoradinho" de araque.Como assim? Saca só:
- Fábioooooo, vem cá.
- Não posso.Meu pai saiu e tô tomando conta da fárica.Hoje é o meu dia de patrão.
- Deixa de ser idiota e vem aqui um pouco.Só um pouco.
Ele veio com cara de desânimo.
- Fala.
- Sei que somos amigos há muito tempo e eu queria te pedir um favorzinho.
- Eu não tenho grana.Meu pai não me paga nada aqui.Por enquanto, né? Porque quando me casar vou escolher uma dessas casas e um dos carros também.
- Ótimo.Que bacana.Fico feliz por vc, mas enquanto este dia não chega,me escreve uma carta de amor?
- Eu escrever uma carta de amor pra vc?! Silmara, eu sou um rapaz comprometido, não viu a minha noiva? Ela é brava pra caramba!
- Eu quero que vc e ela se explodam! A carta é de amor, mas para o meu amor.Seguinte: estou apaixonada por um alguém aí e preciso me declarar de um jeito mais romântico.Como vc é estudado, pensei que poderia escrever para mim.
- Eu estou cursando engenharia.A escritora aqui é vc.
- Fábio, eu disse que estou apaixonada, vc entendeu?
E ele coçou a cabeça preocupado com o assobio do pai.
-Depois a gente conversa.Meu pai chegou.Tenho que carregar o caminhão.Um beijo.
- ÓOO, o nome dele é Paulo.Não esquece.
E nisso mostrei com o dedo o portão da casa do cara:
- É o Paulo, entendeu? O Paulão tá na área, tá? Se liga, viu? - pisquei um olho.
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