
Passou com o carro entupido de estopa e me botou pra dentro num puxão de braço:
- Vamo comigo.Rápido.Entra!
No meio do caminho parou o carro atrás do Clube Juventus.
- Por que parou?
- Nada.Tô com tontura.Preciso dar um tempo.Só um tempinho.
Nisso meteu o dedo num prégo e o meu banco despencou .
- Aiiiiii, o que foi?
-Calma.É só uma deitadinha de nada.
- Vc tá fazendo desse carro um motel, Fábio.Levanta essa joça.
- Que neorose.Relaxa, bebê.Vamos conversar...Me fala de vc.
- Eu não quero falar nada.Quero ir pra minha casa.Anda! Já!
- Não mesmo.Chama a tua mãe agora, chama. - ria com o cigarro na boca.
- Traídor.Vou chamar a polícia, isso sim.O que vc quer comigo?
- Um filho seu.Brincadeira!
Também deitou o seu banco, tragando o cigarro até o toco:
- Já pensou se a gente se casasse, Silmara?
- Que papo furado é este? Este lugar tá deserto.Pra onde vc me trouxe, seu tarado?
Chutei sua buzina e arranquei um tufo do seu cabelo chanelzinho.Mordeu a minha bochecha e pisei no seu pé, quase arrancando a unha.Rolamos dentro do carro.Meti o pé na porta e caí na calçada.
- Sua antipática do caramba!
- Vou embora a pé...Liga esta merda, já.
- eu só queria te fazer feliz, mas já que não quer, tudo bem.Um abraço!
E deu partida no carro comigo correndo atrás feito uma louca!
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