jOÃO PEDRO CAMPEÃOOOO!

Agora somos INTIMUS

Agora somos INTIMUS

Não temos mais segredos...

Não temos mais segredos...

Só nós dois!

Só nós dois!

Valeu pela visitinha!

Vc enxerga de longe?

Vc enxerga de longe?

Vamos rir um pouco?

Vamos rir um pouco?

Dá um tempo, André!

Dá um tempo, André!

sábado, 15 de maio de 2010

Eu nem conheço esta mulher!


Sabe aquela manhã que vc acorda com todas as rugas do mundo pregadas na sua cara? Pois é, e ai vc passa rapidamente pelo espelho do quarto e percebe que está a um passo de se tornar uma mulher baranga toda entupida de banha e pensamentos pré históricos.Hoje, exatamente nesta manhã que deveria ser linda por natureza já que moro em Ubatuba , estou com vontade de mirar o mundo e meter um pontapé bem no meio do fiofó de cada um.Nossaaaa, que pessoa estressada!- vc pode pensar de mim. Mentira.Não sou estressada.Tenho voz de gata no cio, pele de menina moça, sorriso de lagarto no sol...Mas tenho veneno da veia correndo a todo vapor e muitas vezes acordar numa manhã maravilhosa na cidade de Ubatuba é um porre porque, simplesmente porque, tenho Aids, falo nisso todo dia nas palestras que dou nas escolas e comunidades e que também tenho meus momentos de raiva: por que eu tenho que tomar essa sacola de remédio? Por que o meu sangue é diferente( é como o Kinder Ovo: tem uma surpresinha dentro).Queria tanto doar meus orgãos; falar da Aids como se fosse a doença da outra pessoa; ignorar as ultimas notícias sobre uma vacina milagrosa;transar com o meu próprio marido sem aquela camisinha oleosa...Queria ser uma mulher comum, mas não sou.Não porque sou portadora do vírus HIV ( que denominação idiota.Parece que sou uma alien), porém por trabalhar todos os dias dando o meu depoimento para as pessoas se conscientizarem de que a Aids é uma epidemia e que qualquer pessoa que passa por uma situação de risco, ou seja:
- transa sem camisinha
- compartilha droga injetável
- é amamentado por alguém contaminado
- recebe sangue não testado
pode ter uma surpresinha também, como eu e 40 milhões de pessoas tiveram.Pense nisso.A minha luta não pode ser em vão, pois muitas vezes dei uma palestra com imensa vontade de dizer:
- Gente, o meu nome não é Silmara Retti.Sou a dona Terezinha.A Silmara é outra pessoa.Uma idiota que resolveu escrever um livro e expor sua vida a milhares de pessoas.Eu com certeza, nem a conheço!

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